Nº de páginas: 120
Editora: Cavalo de Ferro (2007)
Sinopse: Manaka e Hiroshi conhecem-se desde pequenos. Cresceram juntos, tornaram-se cúmplices, confidentes e casam-se ainda muito jovens. O seu amor foi construído sobre um passado em comum, mas as suas personalidades são muito diferentes. Manaka é serena e vive o seu jardim de forma profunda e meditativa, enquanto Hiroshi continua assombrado por traumas familiares. Hiroshi sofre a perda do avô e o casal decide então partir numa segunda lua-de-mel para a Austrália, uma viagem que lhes vai reservar surpresas, reencontros inesperados e a forte magia dos pequenos nadas. Banana Yoshimoto envolve o leitor no romance de dois jovens cujo amor e inocência vai chocar com as mais torpes manifestações do género humano.
Opinião: Confesso que comprei este livro apenas por 3 razões, nenhuma relacionada com o conteúdo. Primeiro, pela capa. Ou melhor, pelas capas. Tentei fotografar de forma a mostrar como a edição cuidada deste livro é deliciosa (como tenho reparado que é a maioria das edições da Cavalo de Ferro. Porque nunca reparei nesta editora antes?!). A sobrecapa em forma de “caixa” sobre a capa vermelha faz uma montagem engraçada, o que me chamou à atenção para o livro e para o nome da autora. Nunca tinha lido um autor japonês, mas há muito que queria e isso levou-me a analisar o 3º motivo: o preço. Por 2€ (isso mesmo! Comprei na mesma ocasião d’O Reino de Glome) não hesitei em experimentar.
Este pequeno livro conta a história de dois jovens, Manaka e Hiroshi, que se conhecem desde que se lembram. Passam juntos pela infância e pela adolescência, e da amizade e convivência vai nascendo um amor inocente e sereno. Observamos o ponto de vista de Manaka (que para os leigos ocidentais esclareço que é a rapariga), cuja personalidade serena é muito diferente do inseguro e traumatizado Hiroshi, que tem dificuldade em compreender. Essa incompreensão e questões que Manaka coloca a si própria passam para o leitor.
Não me senti muito cativada pelas personagens e a sua relação, mas fui sendo seduzida pela escrita simples, mas fluída e de certa forma espiritual da escritora, que creio ser também devida à sua cultura. A história destas duas personagens é feita de dúvidas e desencontros emocionais, é acerca de enfrentarmos os nossos medos e evoca também a enraizada convicção japonesa de sermos melhores para dessa forma sermos melhores para os outros.
Apesar de não me ter conquistado completamente, gostei, e vou seguramente ler mais livros da autora.
O melhor: A escrita e o retrato de parte da cultura japonesa
O pior: Só ter reparado no fim da leitura no glossário de termos japoneses, que teria gostado de ter visto ao longo da leitura
3/5 - Gostei
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