Relacionado com a pergunta da semana passada –
Estava no outro dia a ler uma citação de JFK Jr, que disse que na morte da sua mãe, ela estava rodeada pela família, amigos e pelos seus livros. Aparentemente, os livros de Jackie eram em muito uma parte dela, da sua personalidade, do seu ser. Até há pouco tempo, uma pessoa podia observar a tua estante e ficar a saber muito acerca de ti – quais são os os teus interesses, a tua faixa de temas, autores favoritos, quanto lês (ou pelo menos quantos livros compras).
No entanto isto está a mudar cada vez mais. As pessoas já não estão a comprar tantos livros como os que requisitam nas bibliotecas. Ou lendo-os nos seus leitores de e-books ou computadores. Não há nada físico nas estantes que diga aos estranhos em tua casa, para o melhor ou para o pior, quem tu és.
Achas que é uma coisa boa? Má? Discutam!
Sinceramente acho que, pelo menos à minha volta esta questão ainda não se coloca de forma tão evidente como descrita (acho muito mais flagrante, por exemplo, o caso das fotos digitais, que muitas vezes ficam no pc ou numa pen, nunca chegando a conhecer uma moldura. Se entrarem em minha casa podem pensar que sou uma pessoa solitária e sem família, porque não há um único retrato exposto). É verdade que muito mais gente tem começado a aumentar os empréstimos de bibliotecas em detrimento da compra de alguns livros. É também verdade que muita gente tem adquirido recentemente e-book readers, mas também acho que os livros que se tornam especiais e nos marcam, acabam por encontrar sempre um caminho para a nossa estante. Muitos dos livros que mais me marcaram foram lidos emprestados de amigas, e acabei por os ir adquirindo. Alguns demoraram 10 anos a chegar à minha estante, outros ainda hão-de cá vir parar no futuro.
Além disso, existem cada vez mais plataformas virtuais dedicadas à leitura, e podemos ver a estante de uma pessoa sem entrar em sua casa. E essa estante contém não apenas os livros que possui mas todos os que leu e não tem, e os que tem e não leu. Os blogs são um bom exemplo disso mesmo, e particularmente no mundo virtual da internet, em que não conhecemos a maioria das pessoas fora dela, julgamos muito uma pessoa pelos seus livros e leituras. É por aí que nos relacionamos e encontramos pontos em comum nos interesses e gostos (daí que não ache nada estranho quando me dizem que o melhor amigo de alguém foi conhecido pela internet, mas isso é discussão para outra altura). Particularmente em relação aos e-books, acho que uma pessoa que investe numa nova tecnologia de leitura tem uma maior probabilidade de usar as novas tecnologias para partilhar as suas leituras e opiniões (seja em blogs ou outras plataformas), não só com as pessoas que visitam a sua casa, mas potencialmente com o mundo.
Concordo plenamente que a estante de uma pessoa diz muito sobre si. Gostei imenso da tua incursão por este tema. Visitem o meu blog :
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