Bibliofilia: Amor por livros e por ler. O Bibliófilo ama ler e sente devoção pelos livros, colecciona-os e admira-os.

13/03/2011

No Reino de Glome

No Reino de Glome - Até Termos Rostos, C. S. Lewis

Título original: Till We Have Faces: A Myth Retold
Tradutora: Isabel Milhazes
Nº de páginas: 256
Editora: Cavalo de Ferro


Sinopse: «Agora já estou velha e não temo a fúria dos deuses… irei escrever neste livro tudo aquilo que uma pessoa que é feliz não se atreveria a escrever. Vou acusar os deuses, especialmente o deus da Montanha cinzenta. Vou contar tudo o que ele me fez, como se estivesse a apresentar a minha acusação perante um juíz. Eu sou Orual, a filha mais velha de Trom, rei de Glome.» 
O Reino de Glome, situado nas montanhas da fronteira com a antiga Grécia, é um reino bárbaro que pratica um culto obscuro à cruel deusa do amor, Ungit, e ao seu filho, o deus da montanha, a que os gregos chamam Afrodite e Cupido. Quando Trom, o rei, casa novamente e dessa relação nasce Psique, a sua irmã mais velha, a princesa Orual, está longe de imaginar que esse nascimento irá modificar a sua vida e o curso da história. 
Psique é de uma beleza inigualável, tão bela que o povo se esquece do culto a Ungit. A cruel deusa exige que a princesa seja oferecida em sacrifício ao deus da montanha e os acontecimentos precipitam-se… 





Opinião: Esta é uma recriação do mito grego de Eros e Psique. Segundo o próprio C. S. Lewis, quando leu este mito pela primeira achou que “faltava” alguma coisa, e decidiu-se portanto a recriá-lo. Não sabia nada deste livro quando comecei a lê-lo, por isso acho que as minhas expectativas não eram muito elevadas. O que me fez comprar o livro, além do preço quase ridículo de 3€ (exemplar novo, numa livraria) foi a belíssima edição. Achei a capa muito bonita (na imagem não dá para ver os relevos das figuras e os dourados), e quando li o primeiro parágrafo (transcrito na sinopse) fiquei imediatamente cativada pelo livro. 

No entanto esse entusiasmo inicial foi esmorecendo. Tudo nesta obra grita tragédia grega. Além do próprio enredo, com guerras entre humanos e deuses, e tarefas impossíveis (com as quais podia bem), as personagens e principalmente os diálogos e os monólogos, quase me levaram ao desespero. Numa altura estava a gostar, no momento a seguir estava quase a largar o livro. Talvez estivesse à espera de uma obra de fantasia, mas a verdade é que se trata de uma recriação de uma obra clássica, e procura de certa forma recriar o estilo clássico de escrita da tragédia grega. Não uma adaptação, que teria considerado interessante, mas sim uma verdadeira recriação. 

Confesso que com o avançar do livro fui gostando cada vez menos, até fazer o esforço para terminar. Já estava saturada de tanta tragédia grega, literalmente. 

O melhor: Fiquei a saber um pouco mais acerca deste episódio da mitologia grega. 
O pior: Fiquei saturada principalmente com os diálogos. 

2/5 – Está OK

9 comentários:

  1. Este livro podia ser melhor mas três euros?
    Foi uma pechincha!!

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  2. É um preço quase ridículo. A Cavalo de Ferro estava com diversos livros entre 1 e 5€ na livraria Leitura/Bulhosa.

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  3. C.S.Lewis é dos escritores mais "secantes" que algum dia tentei ler.Nunca consegui acabar um romance dele(bem, um talvez), e abominei a sua trilogia Cósmica( que para mim se resumiu a dois volumes), da qual passei por um triz no "Para Além do Planeta Silenciso", e caíndo por terra no "Perelandra". Eu arriscaria dizer que ainda é mais entediante do que aquele famoso escritor que produziu, oh lesa majestade!, "O Senhor dos Aneis". Porque será, porque será?!!....:):)

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  4. Argh, é do pior uma pessoa ter que se esforçar para terminar um livro. Deixa lá, melhores leituras virão, pelo menos o tombo foi só de 3 euros. ;D

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  5. Eu por acaso achei o livro bastante entusiasmante e acabai bem rapidinho devido a tanto entusiasmo. São gosto, e gostos nao se discutem...

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  6. Li este livro há uns anos atrás e há 4 dias fui às minhas estantes procurar um livro que me distraísse. Peguei este e lá comecei a reler mas agora a história sendo a mesma era diferente. A primeira parte é a maior e é o cerne da história mas o que dá sentido a tudo é a parte final: sendo que Ungit poderá ser cada um de nós, a sua estátua sem forma é propositadamente sem forma para que possa ser cada um de nós e no fim a resposta (na última) "Tu próprio és a resposta." Parece-me que esta é uma adaptação de um mito à perspectiva cristã. No meu caso, que sou cristão, gostei e tb eu me identifico nesta procura mas claro que este é o meu caso e no limite poderão existir tantos casos quantos leitores :-)

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  7. Prezada,
    Poderia me enviar o livro. Gostaria muito de lê-lo, mas muito mesmo. Mas, infelizmente, aqui no Brasil, não foi lançado...
    abraços,
    Marco

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    Respostas
    1. Olá Marco, obrigada pelo comentário, mas temo que os gastos de envio para o Brasil sejam proibitivos. Talvez procurar em ebook ou em inglês?

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  8. Prezada,
    Poderia me enviar o livro. Gostaria muito de lê-lo, mas muito mesmo. Mas, infelizmente, aqui no Brasil, não foi lançado...
    abraços,
    Marco

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