Bibliofilia: Amor por livros e por ler. O Bibliófilo ama ler e sente devoção pelos livros, colecciona-os e admira-os.

24/01/2013

Shadowfell

Autor: Juliet Marillier

Nº de páginas: 410

Editora: Knopf Books (Setembro 2012)



Sinopse: Sixteen-year-old Neryn is alone in the land of Alban, where the oppressive king has ordered anyone with magical strengths captured and brought before him. Eager to hide her own canny skill—a uniquely powerful ability to communicate with the fairy-like Good Folk—Neryn sets out for the legendary Shadowfell, a home and training ground for a secret rebel group determined to overthrow the evil King Keldec. During her dangerous journey, she receives aid from the Good Folk, who tell her she must pass a series of tests in order to recognize her full potential. She also finds help from a handsome young man, Flint, who rescues her from certain death—but whose motives in doing so remain unclear. Neryn struggles to trust her only allies. They both hint that she alone may be the key to Alban’s release from Keldec’s rule.
Homeless, unsure of who to trust, and trapped in an empire determined to crush her, Neryn must make it to Shadowfell not only to save herself, but to save Alban.



Opinião: Não é novidade nenhuma que a Juliet Marillier é uma das minhas autoras favoritas. Apenas divide o pódio com a Anne Bishop, mas a Juliet é a minha autora favorita mais antiga e à qual sou mais fiel (se bem que tem um livro que já foi publicado em português há séculos, que comprei e que ainda não li; não falemos disso, não suporto a vergonha). É-me portanto difícil ser totalmente imparcial ao emitir opinião acerca desta autora. Mas mesmo com toda a minha devoção, é com pena que vejo as pressões editoriais obrigarem-na a apostar em romances Young Adult, um género que não é o meu favorito, nem o seu forte. 

Apesar desta mágoa pessoal, continuo a ler os seus livros Young Adult e a achar que são os melhores YA que alguma vez li. Porque a Juliet é assim: uma contadora de histórias nata, que cria personagens com as quais nos ligamos imediatamente, constrói um universo envolvente e um cenário cativante seja o que for que esteja a escrever, uma mestre com as palavras. 

Não foi por isso uma surpresa quando as primeiras páginas deste livro me fizeram refém, mais uma vez. Tal como comentei algures na altura, ler Juliet Marillier é como regressar a casa. 

Shadowfell é um livro YA, o primeiro de uma trilogia cuja protagonista, Neryn, é uma jovem em dificuldades. Após a perda da família, Neryn vive constantemente em fuga devido à perseguição levada a cabo pelo tirano Rei Keldec a todas as pessoas com dons mágicos. Numa altura em que todo o reino de Alban vive com medo, e ninguém ousa abrir a porta a uma rapariga "especial", Neryn viaja sozinha em direcção ao mítico local Shadowfell. A própria jovem não sabe o que encontrar nesse local, mas memórias desse nome no seio da família e um profundo instinto que a incentiva a continuar dão-lhe força para seguir viagem. Os elementos da Natureza e a influência humana prometem no entanto dificultar-lhe o progresso, mesmo com a ajuda das criaturas mágicas Good Folk, e do misterioso Flint. 

Neryn é uma personagem com a qual senti empatia desde o início, e a personagem do Flint, misteriosa e não totalmente confiável, constitui o cativante protagonista masculino. Quanto ao cenário e às personagens, a fórmula não é novidade alguma, pelo contrário, é típica da autora. Para alguns leitores seria o suficiente para  não ler mais do que os primeiros capítulos e pousar o livro, mas eu fui cativada desde o primeiro momento. Fui recompensada ao longo do livro pelas surpresas no enredo e pelo crescimento das personagens. A história ganha ritmo desde o início e nunca perde momentum, culminando num final surpreendente e, principalmente, abrupto e em aberto. Quando virei a página e vi que não havia mais capítulos fiquei chateada com a Juliet por me deixar assim pendurada, sedenta de mais história (já a perdoei). Até pensei que o livro era minúsculo, até ter confirmado que o número de páginas é "aceitável", assumindo portanto que a leitura é que terá sido demasiado rápida. 

Este não é um livro à altura da literatura para adultos que eu tanto adoro da autora. A história sabe a pouco e os fãs mais exigentes podem não ficar satisfeitos, mas é sem dúvida uma boa maneira de voltar a casa, e eu adorei-o mesmo assim. 


O melhor: A escrita, sempre a escrita da Juliet Marillier.

O pior: O final em aberto

4/5 - Gostei bastante

1 comentário:

  1. é isso. ponto. é isso. engraçado que eu não o encaixei em YA na altura (sei lá, Juliet é Juliet...xD) mas agora que falas. Anyway, estou ansiosamente à espera do próximo. E do último de Sevenwaters em Pt (para a minha mãe o poder ler depois de mim).

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