O tema desta semana é Autores que merecem mais reconhecimento. É sempre relativo falar de reconhecimento de um autor. Falamos de crítica especializada? Popularidade no meio? Vendas de livros? Nomeadamente nos géneros de fantasia e ficção científica, um autor pode ser bastante reconhecido nesse nicho, ser premiado, mas ser completamente desconhecido do público em geral. Por outro lado, há autores que se tornam bastante populares e publicam best-sellers, mas permanecem afastados dos prémios literários e pouco valorizados pela crítica. Neste top, vou considerar meramente autores que considero bons autores, e que sinto que são pouco conhecidos fora do meu círculo pessoal de bibliófilos e bloggers. Basicamente aqueles autores que eu não consigo parar de recomendar, e/ou desencadeiam em mim a reacção "como assim, nunca ouviste falar deste autor?!".
1. Guy Gavriel Kay. Considero um autor fantástico, apesar de, e com vergonha, apenas ter lido um livro seu (por favor não me tirem o Cartão de Fã). Os Leões de Al-Rassan tornou-se um dos meus livros favoritos de sempre, por aliar elementos como ficção histórica ao mais alto nível, fantasia, excelente enredo, personagens apaixonantes e uma prosa fantástica. Apesar de ser bastante conhecido nos EUA e no Canadá (o seu país natal), não posso deixar de recomendar este que considero um dos autores mais underrated da actualidade.
2. Juliet Marillier. Alguém que frequente este blog só de vez em quando já se apercebeu da minha adoração por aquela que é a minha autora mais querida. Apesar de começar a ser mais conhecida em Portugal e não só, devido aos seus últimos livros YA, fico sempre frustrada por este aumento de popularidade se dever mais a uma moda literária actual do que às suas obras maravilhosas publicadas anteriormente. O seu nome é bastante conhecido dentro de alguns círculos, mas sonho com o dia em que esta adorada mestre seja reconhecida o suficiente para constar nos tops de vendas e de popularidade, ao lado de grandes contadores de histórias de fantasia (e que então possa escrever o que quer, e não o que lhe é imposto pelas editoras).
3. Markus Zusak. Este senhor escreveu um livro sublime, sobre a guerra, sentimentos, livros e a Morte. The Book Thief, ou A Rapariga que Roubava Livros, em português, é um livro que toda a gente que gosta de livros devia ler. É tocante e brilhantemente escrito, e apesar de constar nas listas de livros favoritos de leitores, não vende cópias suficientes para me deixar satisfeita. O filme do livro está em pré-produção, por isso suponho que a partir de 2015 este reconhecimento se concretize
4. Anne Bishop. Um pouco como a minha querida Juliet, esta é uma autora que me enche as medidas como poucos. Autora de uma trilogia (e vários livros-satélite) tão negra e pesada como arrebatadora, pode-se dizer que Anne Bishop e as suas Jóias Negras não são para todos os gostos, e compreendo o porquê. Mas ainda assim, e principalmente agora que obras de sucesso começam a trazer leitores e espectadores para fora da zona de conforto, espero sempre que seja reconhecida mais globalmente, ou pelo menos no nicho do género fantástico.
5. Noah Gordon. O Físico, deste autor, foi um dos melhores romances históricos que eu já li. Constitui uma vívida viagem ao passado, diferentes culturas e seus conhecimentos e religiões. Diversos dos seus livros chegaram a ser publicados em Portugal pela Bertrand (em edições que deixaram muito a desejar) mas hoje em dia os seus livros estão descontinuados e são muito difíceis de encontrar. A edição da (saudosa) Biblioteca da Revista Sábado permitiu-me adquirir esta obra pelo euro mais bem gasto de sempre.
Não consigo lembrar-me de dez autores, mas quero deixar uma Menção Honrosa.
Actualmente não lhe falta popularidade a nível mundial, mas alguns de vocês lembram-se do tempo, circa 2007-2008, em que recomendavam George R. R. Martin e as suas Crónicas de Gelo e de Fogo a todos os amigos e conhecidos.
O seu nome está em todos os tops de vendas, e deixou de ser um nome reconhecido pela crítica e pelos leitores de fantasia, para ser o autor top nos Estados Unidos. É provavelmente um dos autores mais requisitados da actualidade e não tenho qualquer dúvida que é, pelo menos, o autor ao qual os seus leitores mais facilmente associam a cara, devido à enorme exposição mediática que tem tido.
A série de tv Game of Thrones foi provavelmente a melhor coisa que lhe aconteceu os últimos anos, mas sem dúvida que posso dizer o mesmo dos milhões de leitores que através dela descobriram livros inesquecíveis e, muitos até, o prazer da leitura (O pequeno hipster dentro de nós sorri condescendentemente face ao entusiasmo de novos fãs).
5. Noah Gordon. O Físico, deste autor, foi um dos melhores romances históricos que eu já li. Constitui uma vívida viagem ao passado, diferentes culturas e seus conhecimentos e religiões. Diversos dos seus livros chegaram a ser publicados em Portugal pela Bertrand (em edições que deixaram muito a desejar) mas hoje em dia os seus livros estão descontinuados e são muito difíceis de encontrar. A edição da (saudosa) Biblioteca da Revista Sábado permitiu-me adquirir esta obra pelo euro mais bem gasto de sempre.
Não consigo lembrar-me de dez autores, mas quero deixar uma Menção Honrosa.
Actualmente não lhe falta popularidade a nível mundial, mas alguns de vocês lembram-se do tempo, circa 2007-2008, em que recomendavam George R. R. Martin e as suas Crónicas de Gelo e de Fogo a todos os amigos e conhecidos.
O seu nome está em todos os tops de vendas, e deixou de ser um nome reconhecido pela crítica e pelos leitores de fantasia, para ser o autor top nos Estados Unidos. É provavelmente um dos autores mais requisitados da actualidade e não tenho qualquer dúvida que é, pelo menos, o autor ao qual os seus leitores mais facilmente associam a cara, devido à enorme exposição mediática que tem tido.
A série de tv Game of Thrones foi provavelmente a melhor coisa que lhe aconteceu os últimos anos, mas sem dúvida que posso dizer o mesmo dos milhões de leitores que através dela descobriram livros inesquecíveis e, muitos até, o prazer da leitura (O pequeno hipster dentro de nós sorri condescendentemente face ao entusiasmo de novos fãs).
Como concordo contigo em relação à Juliet Marillier! Adoro os seus livros, mas no entanto não vejo tanto reconhecimento a ser-lhe dado, o que é pena...
ResponderEliminarBeijinho
Olá Cat,
ResponderEliminarSe fosse reconhecimento (ou melhor não reconhecimento) por cá, a lista seria infindável.
Até porque muitos autores são bastante considerados lá por fora (seja pela critica especializada, seja pelo seus leitores, muitos deles são até best-sellers, etc) mas por aqui...nada.
"Ninguem" os conhece ou lhes dá o justo valor,quanto mais "reconhecê-los"!
Assim eu acrescentaria vinte autores numa segunda lista de dez :):) que merecem/mereceriam melhor sorte por estas bandas (e só autores já publicados em Portugal, e sempre que possível recomendando uma obra com edição portuguesa, não significando sempre que seja a melhor obra do autor, mas a valer a pena ler ) pelos mais diversos motivos, sendo que o mais importante é que são escritores "mesmo" BONS, embora não para todos os gostos...ou talvez sim...(poderiam ser igualmente 100 autores a fazer parte da lista):
1 - Ursula K. LeGuin:"O Dia do Perdão"
2 - Peter Straub: "Mystery"
3 - Dan Simmons: "O Terror"
4 - Philip K. Dick: "Ubik"
5 - Tony Hillerman : "Skinwalkers"
6 - Clifford D. Simak : "Caminhavam Como Homens"
7 - H. G. Wells : "A Ilha do Dr. Moreau"
8 - William Gibson : "Neuromante"
9 - Richard Morgan : "Carbono Alterado"
10 - Cornell Woolrich : "A Noiva Vestia de Preto"
11 - Jim Thompson : "1280 Almas"
12 - Doris Lessing : "O Quinto Filho"
13 - Clive Barker : " O Jogo da Maldição"
14 - Douglas Adams : "Agência de Detectives Holística"
15 - Iain M. Banks : "Pensa em Phlebas"
16 - Ian Watson : " A Longa Viagem de Tchekov"
17 - Robert Holdstock : "Bosque Mítago"
18 - Bob Shaw : " O Planeta Fantasma"
19 - João Barreiros : " A verdadeira Invasão dos Marcianos"
20 - Lawrence Block : " Uma Punhalada no Escuro"
Bem, se como lista pode ser discutível, fica como sugestão de leitura(s).:):)
Ubik
Olá,
ResponderEliminarPor acaso acho que a Juliet Marillier é bastante conhecida. Tal como o George RR Martin e a Anne Bishop. Duvido que elas tenham um reconhecimento como ele uma vez que escrevem para um grupo mais restrito. A Juliet optou (nem vale a pena falarmos das razões que a levaram a isso) por escrever YA e perde com isso. A Anne Bishop escreve de uma forma um bocadinho negra e por isso nunca terá o reconhecimento geral - inúmeros fãs, sim, mas reconhecimento geral não. O Martin teve sorte. E escreve para homens e mulheres... elas serão serem conotadas como escritoras para um público feminino (seja isso correcto ou não). De todos os autores de que falas só não conheço o Guy Gavriel Kay...
Acho que vos vou roubar este tema...
É verdade que o Guy Gavriel Kay é um autor que já teve algumas "oportunidades" no mercado nacional. Quer através de "Os leões de Al-Rassan" (colheu muitos elogios de parte dos seus leitores, mas que eventualmente não se traduziu em vendas que permitissem à editora apostar em mais alguma obra:"falava-se" em "Tigana"), quer através da sua trilogia " A tapeçaria de Fionavar" que muito pouco sucesso deve ter tido, tendo em conta o elevado número as vezes que já vi esta série à venda a preços de promoção.
ResponderEliminarA critica reconhece-lhe qualidades, teve vários prémios, e é um autor que vende bem...lá fora.
Quanto à Juliet Marillier é uma autora com apreciável êxito junto dos leitores e da critica,e por isso considero que é reconhecida.
Relativamente à Anne Bishop, tem o reconhecimento incondicional das suas leitores e fãs. Pode haver melhor do que isto, quando as estatististicas nos informam que são as Mulheres que mais lêem?... :):)
João