Autor: Kazuo Ishiguro
Editora: Faber and Faber
Nº de páginas: 263
Publicado originalmente: Faber and Faber (2005)
Sinopse: In one of the most acclaimed and strange novels of recent years, Kazuo Ishiguro imagines the lives of a group of students growing up in a darkly skewered version of contemporary England.
Narrated by Kathy, now 31, "Never Let Me Go" hauntingly dramatises her attempts to come to terms with her childhood at the seemingly idyllic Hailsham School, and with the fate that has always awaited her and her closest friends in the wider world.
A story of love, friendship and memory, "Never Let Me Go" is charged throughout with a sense of the fragility of life.
Opinião: Parti para este livro com algumas expectactivas, apesar de não saber nada sobre o conteúdo. Um livro amplamente aclamado e recomendado por amigos que prometia uma leitura cativante e emotiva. Infelizmente, para mim não representou nenhuma das duas.
A narradora da história, Kathy, tem 31 anos e trabalha a prestar cuidados a outras pessoas debilitadas fisicamente, os dadores. Kathy descreve a sua vida actual sem explicar quem são as pessoas que cuida nem a razão pela qual precisam de cuidados como dadores. Ao mesmo tempo, fala dos amigos Tommy e Ruth, do tempo de Hailsham, o colégio interno no interior de Inglaterra, onde cresceram. Diria que este livro é a história dessa amizade. Uma amizade profunda e verdadeira, que ultrapassa décadas, separações e provações.
À medida que Kathy conta ao leitor a sua história e a vida em Hailsham, vai-se percebendo o contexto estranho e misterioso em que estas crianças foram criadas, e que Hailsham não é um colégio normal. Vivem felizes, mas sem contacto com o exterior, nenhuma delas tem uma vaga ideia de como é a vida no exterior de Hailsham, e são educadas para não fazer perguntas. Como qualquer criança, essas questões surgem, mas mesmo sem as compreenderem, cumprem as regras definidas e mantêm a sua integridade física e emocional, tal como são incentivados a fazer pelos tutores.
Apesar da expectativa inicial, desde o início que lutei para me manter interessada neste livro. É daquelas historias que têm tudo de bom na teoria, mas que simplesmente não me cativou. No meio de tanto mistério, ao longo do livro fui lendo, à espera do momento de revelação, o ponto de viragem da leitura, o ponto de maior emoção que me faria finalmente compreender tudo e ter vontade de ler sem parar. Mas antes de chegar esse momento chegou o fim do livro. Fui lendo, e quando dei por mim a história tinha acabado, eu já tinha compreendido todos os mistérios, e mesmo assim a história não me tinha cativado.
Achei que o autor conseguiu de forma subtil elucidar o leitor da mesma forma que estas crianças foram crescendo. Vivendo as histórias e aventuras do momento entre amigos, e assimilando pouco a pouco pequenas peças de informação que vão sendo reveladas sobre o que é na realidade o contexto desta história, sem sequer se aperceberem que sabem de algo diferente. Simples e naturalmente, passam da ignorância para a aceitação como dado adquirido daquilo que os espera fora de Hailsham. Assim é para o leitor: Começa a história sem saber nada, e quando chega ao fim entende o contexto, mas é como se sempre tivesse sabido, não houve nenhuma "revelação".
Apesar de ter achado a dinâmica das personagens interessante, nunca cheguei a criar empatia com Kathy nem com os seus amigos tão importantes. Ao mesmo tempo, considerei o conceito global do livro, o material que coloca este livro na categoria de "distopia", a parte mais interessante de toda a história, e fiquei frustrada por isso não ser tão explorado como achei que seria, ou como gostaria.
Agora em perspectiva, vejo que ao construir um tema forte em redor da vida destes três amigos, o autor conseguiu criar uma história feita de emoções humanas, de forma bastante pesada e irónica. Talvez por uma questão de timing e disponibilidade pessoais, infelizmente não consegui captar essas emoções em nenhuma fase da leitura, mas consigo perceber que este livro tenha agradado a tanta gente. Consigo apreciar a obra de forma global, mas simplesmente não resultou para mim.
O melhor: O conceito distópico.
O pior: Falta de empatia com as personagens e o rumo da história.
3/5 - Gostei.
É daquelas historias que têm tudo de bom na teoria, mas que simplesmente não me cativou.
ResponderEliminarEsta frase é talvez o que condensa este livro, para mim. Como te aconteceu a ti, acho que li o livro na altura errada, foi o timing mais pobre que já tive. Acho que o livro até pode ser fantástico, mas não consegui entrar verdadeiramente nele. E esta tua frase diz na perfeição aquilo que senti ao ler o livro.