Autor: F. Scott Fitzgerald
Editora: Alma Books (2012)
Nº de páginas: 213
Publicado originalmente: Charles Scribner's Sons (1925)
ISBN: 1847492584
Sinopse: Jay Gatsby is the man who has everything. But one thing will always be out of his reach ...
Everybody who is anybody is seen at his glittering parties. Day and night his Long Island mansion buzzes with bright young things drinking, dancing and debating his mysterious character. For Gatsby - young, handsome, fabulously rich - always seems alone in the crowd, watching and waiting, though no one knows what for.
Beneath the shimmering surface of his life he is hiding a secret: a silent longing that can never be fulfilled. And soon this destructive obsession will force his world to unravel.
Opinião: Muitos leitores se sentem defraudados com este O Grande Gatsby e eu entendo o porquê. Neste livro pouco há de grandioso se olharmos apenas para a forma desta história e a realidade das suas personagens. Não é um page turner cheio de reviravoltas, acontecimentos surpreendes e personagens apaixonantes. É, sim, uma narrativa curta e que consideraria até pouco rica em eventos, com uma primeira parte lenta e altamente descritiva de uma realidade com a qual, nós, leitores europeus do século XXI, não nos identificamos. Com personagens que não compreendemos totalmente e que sugerem pouco mais do que futilidade, dinheiro de berço e vidas privilegiadas.
No entanto, na minha perspectiva, este livro tem a grandiosidade que o autor lhe procurou dar. Scott F. Fitzgerald decidiu escrever o "ultimate American novel" e o resultado foi O Grande Gatsby.
A escrita é fantástica, sedutora nas nuances e entoações e ao mesmo tempo forte e desapaixonada, como que atirada ao leitor por quem escreve sem se importar se alguém vai ler.
A história é-nos trazida pela perspectiva de Nick Carraway, que se muda para a rica Long Island, nos arredores da grande cidade de Nova Iorque. Esta mudança de residência vai permitir-lhe voltar a socializar com os seus amigos Tom e Daisy, uma nova geração de famílias endinheiradas e bem posicionadas socialmente, e que vivem as suas vidas numa frívola nuvem de eventos sociais, viagens e dinheiro. Ao mesmo tempo, a mudança vai também proporcionar a Nick o contacto com Jay Gatsby, o proprietário da maior mansão de Long Island (palco de estrondosas e dispendiosas festas de arromba e o local onde todos querem estar) mas que ninguém parece conhecer.
A primeira parte do livro, descritiva e lenta em ritmo, transporta o leitor para esse ambiente da sociedade americana corrupta e endinheirada, e prepara-o para a confrontação e o desvendar dos mistérios de Gatsby.
Fitzgerald traça um retrato de uma sociedade americana da época do pós-guerra, com a crítica do que se reconhece que ela tem de pior, e no entanto se aceita como dado adquirido. Uma sociedade corrupta de valores morais, em que o "dinheiro antigo" das famílias abastadas se opõe ao "dinheiro novo" dos homens que constroem as suas próprias oportunidades.
O Grande Gatsby é um retrato preciso e melancólico de uma época. A escrita de Fitzgerald é fabulosa para e o facto de ser um livro curto resulta brilhantemente. Após uma fase altamente descritiva do contexto da acção, um desencadear de acontecimentos em catadupa surge no último terço do livro e traz a narrativa a um final abrupto e até anti-climático. Toda a familiarização inicial com esta sociedade reverte para o final, em que as decisões das personagens determinam os acontecimentos, e são determinadas pelo mundo em que vivem. Juntamente com Nick, a personagem que nos narra a história, procuramos no final encontrar algo que dê sentido a estas personagens e aos seus destinos. Pessoalmente, senti-me tão desalentada e conformada com a maneira como tudo se desenrola, como o próprio Nick.
Um pequeno livro, que li numa belíssima edição que inclui biografia e fotos da vida do autor; um clássico moderno que recomendo e me faz esperar ansiosa pela nova adaptação cinematográfica que deverá estrear este ano.
O melhor: A escrita, o retrato e a crítica social e o final.
O pior: A pressão de estar a ler aquele que é considerado o melhor clássico americano, sem no entanto estar por dentro da realidade da época nos Estados Unidos, nem da literatura americana em geral.
4/5 - Gostei bastante
É tão bom, mas tão bom! E yay, gostaste.
ResponderEliminarSiiim! Quero o filme já!
EliminarÉ um dos melhores livros que li até hoje, a par do Quixote, do Guerra e Paxz e do Irmãos Karamazov.E é o mais pequeno dos grandes clássicos.
ResponderEliminarO único ponto negativo é mesmo esse ritmo lento no início e que já terá "vitimado" muitos leitores...
Nunca li o Guerra e Paz nem sei se algum dia o vou fazer eheh Mas este Gatsby é sem dúvida um livro fantástico.
EliminarA leitura deste clássico agradou-me bastante. É um livro descritivo das esferas sociais abastadas dos anos 20.Reporta-nos às festas, à importância da imagem, aos círculos sociais, onde reina a falta de autenticidade e genuinidade entre os elementos, e por todos estes elementos artificiais do ser humano, conclui-se a solidão que impera nas personagens.
ResponderEliminarAo nível da escrita, gostei bastante da estrutura que o autor aplica. Relativamente à história, a mesma ganha fôlego nos últimos capítulos, onde culmina num final inesperado.
Recomendo!