Autor: Arthur Golden
Nº de páginas: 512
Primeira edição: Knopf, 1997
Sinopse: In Memoirs of a Geisha, we enter a world where appearances are paramount; where a girl's virginity is auctioned to the highest bidder; where women are trained to beguile the most powerful men; and where love is scorned as illusion. It is a unique and triumphant work of fiction—at once romantic, erotic, suspenseful—and completely unforgettable.
Opinião: Este é um daqueles livros cuja edição portuguesa tinha na minha estante, literalmente, há anos à espera de vez. Daqueles cuja leitura vamos adiando sem nenhuma razão em particular e que quando finalmente o lemos nos perguntamos como pode o nosso julgamento ser tão fraco, quando se trata de escolher umas leituras em detrimento de outras.
A própria capa do livro, nas edições posteriores ao filme de 2005, sempre me atraiu na sua simplicidade e beleza, as opiniões no geral eram positivas, e no entanto só recentemente decidi ler este livro.
Memoirs of a Geisha é uma obra de ficção escrita na forma de memórias, contadas na primeira pessoa, de uma mulher que viveu o auge da cultura das Geisha japonesas, e também o seu declínio pós e durante a Segunda Guerra Mundial. Chiyo Sakamoto, a menina de invulgares olhos cinzentos que conhecemos no início do livro, é tão diferente da geisha Sayuri Nitta que narra a história, que quando esta inadvertidamente revela a sua origem humilde algures na história, o deslize é tomado por gracejo. Chiyo e a irmã Satsu são levadas da sua aldeia piscatória natal e os seus caminhos divergem quando Chiyo é vendida a um okiya (casa de residência e formação de geishas) de Gion, um importante distrito de geishas de Kyoto.
Nem sempre o facto da história ser contada na primeira pessoa significa que o leitor crie afinidade com a personagem principal, ou sequer a considere interessante. Neste caso, a história contada por esta narradora cativou-me desde as primeiras páginas, e a ligação à personagem principal e ao seu destino foi imediata. O autor constrói imagens com palavras, usando a voz narrativa de Sayuri, que conquista o leitor desde o início com as suas metáforas simples e inteligentes. As fantásticas descrições do ambiente, cerimónias, danças e costumes japoneses, e particularmente, da cultura geisha transportam-nos de forma brilhante para a história e para este (para mim) estranho e misterioso mundo de mulheres, mas dominado por homens. Fiquei maravilhada com as descrições dos belíssimos kimonos usados por estas mulheres, e fascinada pelos diferentes conceitos de beleza e erotismo retratados neste contexto cultural. Divertiu-me e fez-me reflectir no cruzamento de culturas com os soldados e cidadãos norte-americanos, do ponto de vista da cordial cultura japonesa, no decorrer da guerra.
Seguimos a vida de Sayuri ao longo do intenso e duro treino para se tornar uma geisha, das particularidades do entretenimento dos homens e da posição relativa das mulheres numa micro-sociedade competitiva. Talvez o melhor elogio que posso fazer é ter dado por mim a pensar que nesta personagem como real e inegável, apesar de saber bem que é fictícia (apesar de baseada numa geisha real).
Este livro faz parte da lista de 1001 Livros Para ler Antes de Morrer, e foi nessa categoria que entrou no meu Book Bingo, mas recomendo-o a qualquer pessoa, principalmente as que apreciam a cultura japonesa. É de facto uma leitura memorável.
O melhor: As descrições dos kimonos, cerimónias e ambiente em geral. A personagem de Sayuri.
O pior: Um twist um pouco repentino antes do final, sem no entanto prejudicar a conclusão.
4/5 - Gostei bastante
Também já li. Achei as descriçoes maravilhosas! E fiquei com imensa curiosidade acerca da cultura oriental. Pearl S. Buck é uma escritora que te recomendo se gostaste deste "Memórias de uma Gueixa".
ResponderEliminarCumps!
Alu já ouvi falar dessa autora, agora que associas a este livro talvez lhe pegue em breve :)
EliminarTambém li por mero acaso e adorei!
ResponderEliminarAdorei as descrições dos quimonos, dos rituais das guiesha, de tudo!
Foi um livro que me surpreendeu e "envolveu" bastante.
Bjs
Dulce Barbosa
Eu gostei muito desse livro. Eu o comprei em uma promoção. No Brasil, a tradução é da escritora Lia Luft, que teve uma delicadeza imensa com a obra de Arthur Golden. Achei lindo.
ResponderEliminarEliana, eu li no original em inglês e achei fabulosa a escrita. Parece que a tradução para português em Portugal não teve a mesma sorte, muitos leitores se queixam da falta de qualidade =\
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