Autora: Susan Fraser King
Editado por: Broadway Books (2010)
Nº de páginas: 354
Editado Originalmente: Crown (2010)
Sinopse: The story of Margaret, the Hungarian-born Saxon princess who married Malcolm Canmore, King of Scots, bringing reform and foreign ways to Scotland—Queen Hereafter is also a tale of Margaret’s friendship and rivalry with Eva, a Scottish harper, and Eva’s kinswoman, the former Queen Gruadh, known as Lady Macbeth.
Opinião: Uma das rainhas mais relembrada da Escócia, a rainha Margarida é uma importante personalidade histórica e religiosa das Grã-Bretanha. Chamada Rainha Santa, canonizada pelo Vaticano e aclamada na Escócia, deixou um importante legado e a sua memória sobrevive ainda hoje, em nomes de localidades, igrejas e escolas. É nos anos de juventude desta rainha que se centra este livro, desde a sua chegada não programada às costas da Escócia com a mãe e os irmãos, até aos primeiros anos do seu casamento com Malcolm III da Escócia.
Edgar of Wessex, herdeiro ao trono de Inglaterra, vive na corte inglesa com a mãe Agatha e as irmãs Margaret e Cristina. Edgar viveu toda a sua vida em exílio na Europa, e sendo menor de idade e sem condições para governar numa época atribulada, é protegido por Harold II, que assume o governo de Inglaterra até à coroação do jovem Edgar. Com a invasão normanda da Inglaterra, Harold é morto por William, o Conquistador, que usurpa o trono, não deixando outra alternativa ao herdeiro Edgar, e à sua família senão fugir de terras inglesas. O barco em que viajam tem destino a Europa continental, mas uma tempestade (natureza, destino ou providência) arrasta os fugitivos para fora de rota, atirando-os para a porta do Rei Malcolm III da Escócia. Malcolm vive com alguns problemas no seu próprio reino. Tendo morto em batalha os anteriores reis, assumiu o trono de um país dividido entre si, além dos confrontos com Inglaterra. Os senhores do Norte não assumem abertamente rebelião, mas demonstram má vontade para com o Rei, mantendo-se fieis à viúva e mãe dos anteriores reis, Lady Mcbeth. Esta planeia enviar a sua neta, Eva, uma bardo de talento extraordinário e enorme beleza, para a corte de Malcolm, para que esta a informe acerca da nova rainha, e dos planos do rei para o norte do reino.
Com estas duas facções no seio do reino da Escócia surgem duas personagens que vão guiar o rumo deste livro: Margaret, esposa do Rei Malcolm, lidando de perto com a guerra com os Normandos em Inglaterra, a luta do irmão para retomar o trono e a sua própria luta religiosa interior; e Eva, uma jovem com a missão de lutar pela independência cultural e religiosa de uma Escócia que absorve as influências inglesas da nova rainha.
Conhecemos estas duas mulheres num capítulo inicial que corresponde à parte final do livro. Eva está presa, Margaret confronta-a com as suas acções e tomamos conhecimento de uma amizade profunda que foi traída, e de um julgamento religioso que se aproxima. O resto do livro conta-nos como ambas chegaram a este ponto.
Foi uma leitura que me entusiasmou bastante. Adorei a voz da autora e a maneira como introduziu os elementos históricos na narrativa, incluindo pequenos detalhes acerca de Margaret (como as duas tranças loiras sob o véu branco, como é frequentemente retratada, os locais onde passou ou fez obra e que hoje têm o seu nome, a amizade com o monge que viria a ser o seu confessor e os responsável pela documentação da sua biografia, etc). Este detalhe e profundidade da personagem fizeram-me simpatizar com esta rainha religiosa. Por outro lado, a jovem e nobre Eva é também ela uma personagem cativante e interessante. O melhor elogio que posso fazer à maneira como a autora mostrou os pontos de vista destas duas mulheres, é que fez-me não saber por quem torcer no desenrolar dos acontecimentos e do futuro da Escócia, de tal forma ambas as causas me cativaram. No final de tudo, a História determina o final do livro, mas a maneira como lá cheguei manteve-me agarrada à leitura.
Este livro tinha quase tudo para ser uma leitura perfeita para mim, mas achei que faltou algum acontecimento trágico, uma drama emocional ou físico, uma parte mais emocionante que envolvesse as personagens antes do fim. Creio que a autora tentou fazê-lo, mas para mim não foi muito bem conseguido, e acabou por ser um pouco anti-climático. Gostava também que a personagem de Eva tivesse mantido até ao final mais do seu carácter e postura de bardo, e saber um pouco mais sobre esta importante figura da cultura celta. Inesperadamente, fiquei muito curiosa em relação à personagem histórica da esposa e rainha de Mcbeth, e talvez leia o livro que acabei por descobrir que a autora tem, dedicado a ela.
Em suma, é um belo romance histórico, bem escrito e com personagens cativantes e uma história bem contada. Recomendo, sobretudo a fãs do género.
O melhor: As personagens Margaret e Eva. A forma como a autora conseguiu incluir os factos históricos na personalidade e destino das personagens.
O pior: A ausência de um verdadeiro climax na história.
4/5 - Gostei bastante
Também cá tenho esse por ler, e também tenho o Lady Macbeth :) Tenho muita curiosidade para ler os dois.
ResponderEliminarE eu que finalmente comecei a ler para a leitura temática :D
Este, pelo menos, recomendo. Tenho de arranjar o Lady Macbeth, talvez o adicione à leitura temática :P
EliminarJá sabes que o melhor desta leitura temática é que não tem limite de tempo! É tão bom ler sem pressão!